A complicação mais comum e mais temida na gestação é a Pré-eclâmpsia, ou seja, a pressão alta que se inicia depois de 20 semanas de gestação + presença de proteínas na urina >300mg, detectado através da coleta de urina durante 24 horas. Na ausência de proteinúria também se considera pré-eclâmpsia a hipertensão com cefaléia, borramento da visão e dor abdominal ou por valores anormais em testes laboratoriais (baixa contagem de plaquetas e aumento de enzimas hepáticas).
Hipertensão arterial: pressão sistólica > ou = a 140 e diastólica > ou = 90mmHg
A pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna e fetal.
É importante diferenciar os tipos de pressão alta na gestação, pois a evolução de cada uma tem características diferentes. Se a mulher já estava hipertensa antes da gestação ou a pressão alta surgiu antes de 20 semanas, ela tem Hipertensão crônica. Se surge depois de 20 semanas, mas sem proteinúria e depois do fim da gestação os níveis pressóricos voltam ao normal ela teve uma Hipertensão transitória. Se a hipertensão surge depois de 20 semanas com alterações nos exames laboratoriais, é Pré-eclâmpsia.
Na maioria dos casos se diagnostica a hipertensão gestacional durante as consultas de rotina no pré-natal,sem que a mulher apresente algum sintoma. Por isso que é importante verificar a pressão em TODAS as consultas de rotina na gestação. Independe de comer sal em excesso, de ter parentes com pressão alta, de nunca ter tido pressão alta antes, de ter sempre pressão baixa... a causa da pré-eclâmpsia é desconhecida.
"acredita-se haver uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos que determinam o defeito na invasão trofoblástica das arteríolas espiraladas, causando redução na pressão de perfusão uteroplacentária , com consequente isquemia /hipóxia da placenta no decorrer da gestação. A isquemia libera citocinas pró-inflamatórias, que iniciam cascata de eventos celulares e moleculares, determinando a disfunção endotelial dos vasos, com aumento da resistência vascular".
Não entendeu nada??? tô aqui para dar uma ajudinha: isso tudo quer dizer que o problema está na placenta, por isso, o término da gestação é o tratamento definitivo para a pré-eclâmpsia.
O desfecho ruim da doença é a evolução para a Eclâmpsia (quando além da pressão alta e alterações laboratoriais a gestante apresenta as convulsões ou coma, e evolução para a síndrome HELLP (hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática).
Como prevenir a pré-eclâmpsia?
Na verdade, não há nada comprovado que se possa fazer para evitar a pré-eclâmpsia, mas uma boa assistência pré-natal pode evitar a evolução para eclâmpsia e síndrome HELLP, salvo alguns casos mais raros de evolução súbita. O uso de cálcio e aspirina talvez evite naquelas gestantes que já tiveram pré-eclâmpsia grave anteriormente.
É claro que fazer atividade física, ter uma dieta balanceada, ou seja, ter uma vida saudável pode dificultar a instalação de qualquer complicação na gestação, mas mesmo com tudo isso a gestante pode desenvolver pré-eclâmpsia.
O tratamento depende do grau de pré-eclâmpsia (leve, moderada e grave) e na repercussão clínica para a mãe e o feto. Vai desde a conduta expectante até a interrupção da gestação.
Como verificar a pressão corretamente?
A pessoa deve estar sentada, em ambiente tranquilo, relaxada na cadeira, com braço repousado sobre uma superfície (mesa, por exemplo) na mesma altura do coração.
Não se deve verificar a pressão nas seguintes condições: assim que chega no lugar sem ter feito um repouso de 10 minutos pelo menos, em pé, jogando o corpo sobre o braço, sustentando o peso do próprio braço, falando, se mexendo.
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