Outubro é o mês da campanha pela prevenção do Câncer de Mama. Fui convidada para apresentar (amanhã, na Marinha-RJ) uma palestra sobre o assunto para promover informação às militares e mulheres de militares, e resolvi estender o assunto para vocês.
O Câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres e o segundo tipo de câncer mais comum na população geral. Este câncer tem cura quando é diagnosticado precocemente e tratado adequadamente. Um fator que dificulta o diagnóstico é a variedade de formas apresentadas e ausência de sintomas em sua fase inicial, mas o maior problema é o medo que algumas mulheres tem de descobrir o câncer. Isso só faz piorar o quadro, pois o diagnóstico tardio reduz as chances de cura e provoca a morte de mais de 11 mil mulheres por ano, segundo a OMS.
Nós, profissionais de saúde, precisamos incentivar a auto-palpação das mamas e o governo deve facilitar o acesso aos serviços de saúde. Existem maneiras de prevenirmos o câncer (prevenção primária) e de detectarmos precocemente a tempo da cura (prevenção secundária).
Os fatores de risco para o câncer são:
- primeira menstruação precoce (abaixo de 12 anos)
- menopausa tardia
- não engravidar, primeira gravidez após 30 anos, não amamentar
- história familiar (parentes próximos, corresponde a 10% do risco)
- história pessoal (quem já teve câncer de mama, aumenta o risco de ter na outra mama)
- fumo, álcool, obesidade, sedentarismo
- dieta rica em gordura
- exposição prolongada a radiação
- Terapia hormonal por tempo prolongado
- uso de contraceptivos (em discussão: não é observado na prática)
Os fatores protetores de câncer são: prática de exercícios físicos e amamentação.

Ao controlarmos os fatores de risco estamos tentando evitar o câncer. Ainda na prevenção primária discute-se muito sobre a pesquisa de dois genes no nosso corpo, o BRCA 1 e BRCA 2. A presença destes genes quer dizer que podemos desenvolver o câncer. A proposta seria fazer cirurgia de retirada de mamas profilática e quimioprevenção. Isso ainda é muito discutido. Vale à pena se submeter à mastectomia pensando em não ter o câncer se nem se sabe se quem tem o gene vai realmente desenvolver o câncer? é complicado.
Quanto à prevenção secundária, falamos de detecção precoce: auto-palpação das mamas, consulta médica anual e mamografia, quando indicada.
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MAMOGRAFIA |
Antes falávamos do auto-exame das mamas. Mas estudos demostram que essa prática não aumentou o número de diagnósticos precoces do câncer. Todavia, quando falamos de auto-palpação estamos incentivando a mulher examinar sua mama sem técnica, sem rotina. Assim: a mulher deve ir ao ginecologista anualmente para que este examine sua mama. No intervalo entre as consultas ela deve palpar suas mamas ocasionalmente, num lugar que esteja confortável, a qualquer momento, sem seguir regras. Caso desconfie de algum nódulo, deve antecipar a consulta seguinte. Estudos demonstraram que essa forma contribuiu mais para o diagnóstico precoce que o auto-exame.
Mulherada, fiquem atentas caso percebam algum nódulo que não suma depois da menstruação, que seja indolor, mas não entrem em pânico! A maioria dos tumores de mama são benignos! Mesmo assim, procure o ginecologista para que ele tome as medidas necessárias. Se houver saída de sangue pelo mamilo, se houver retração na pele, ou pele em casca de laranja, se o mamilo se inverter de repente, se a pele ficar vermelha com o se estivesse inflamada... procure o seu médico nestes casos, ok?
Depois da palestra volto aqui pra contar a vocês como foi!